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COARI: A população indígena do Lugar Alvelos no Século XVIII

Daniel Maciel Gomes

 

Ainda no século XVIII, o ouvidor Francisco Xavier Ribeiro de Sampaio, intendente geral da capitania de São José do Rio Negro (que corresponde ao atual estado do Amazonas) escreveu três trabalhos com base em suas viagens de inspeção pela capitania. Ele descreve com detalhes a população indígena existente no lugar Alvelos. Assim sendo, ele descreveu a realidade do lugar.

Segundo a faixa etária, a população indígena de Alvelos do sexo masculino foi quantificada:

·         De 7 anos: 49 nativos;

·         De 7 a 15 anos: 34 nativos;

·         De 15 a 60 anos: 94 nativos;

·         De 60 a 90 anos: 10 nativos;

 

Segundo a faixa etária, assim foi quantificada a população indígena de Alvelos do sexo feminino:

·         De 7 anos: 42 nativas;

·         De 7 a 14 anos: 43 nativos;

·         De 14 a 50 anos: 94 nativos;

·         De 50 a 90 anos: 9 nativos;

Outra informação sobre os indígenas de Alvelos mostra detalhes da ocupação laboral dos nativos, ou seja, a utilização da mão de obra. Em sua maioria os índios estavam em sua própria vila ou lugar. Os relatos não esclarecem se tudo que aí faziam (roças, pescarias, construção de casas) era em benefício da subsistência de suas famílias ou se eram também tarefas exigidas pela administração do povoado.

Do sexo masculino:

·         8 nativos estava ausentes;

·         8 estavam no serviço do Rei;

·         2 estavam no serviço dos moradores;

·         25 nas canoas de negócio;

·         20 estavam ocupados nos seus lugares (possivelmente em atividades extrativistas);

Do sexo feminino:

·         8 nativos estava ausentes;

·         8 estavam no serviço do Rei;

·         5 estavam no serviço dos moradores;

Antonio Baena descreveu que “ainda no ano de 1780 existiam neste lugar, alguns indianos descendentes dos belicosos Jurimauás, que benignamente hospedaram o Capitão-Mor Pedro Teixeira na tornada da sua memorável viagem a Quito começada em outubro de 1637. Nesse tempo aqueles silvícolas ocupavam magna extensão de terreno, e as ilhas adjacentes pouco acima da enseada do Camará. Em 1709 eles formavam uma povoação, que jazia defronte do rio Juruá em paragem nominada Tayaçutiba” [1].



[1] Ensaio Corográfico sobre a Província do Pará Por Antonio Baena. Senado Federal, Conselho Editorial, 2004. Pag.294.


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