Havia grande
dificuldade gerada pela competição entre os colonos e as ordens religiosas pelo "direito de administrar o
indígena", ao mesmo tempo em que os nativos eram utilizados como
mão-de-obra eram vistos também como fiéis a serem catequizados, assim o
trabalho religioso foi se intensificando nos anos finais do século XVII, pois
as missões religiosas cobriam grande parte do espaço que viria a constituir a
atual região da Amazônia brasileira.
As cartas régias
estabeleceram áreas de atuação das ordens religiosas para delimitar a quem na
Europa pertencia às regiões do Solimões e do restante do Vale Amazônico, assim
a disputa pelo domínio da região pelas ordens religiosas, ficaria de certo modo
organizada com o estabelecimento dos seguintes limites:
a)
Os Franciscanos de
Santo Antônio: missões do Cabo do Norte, Marajó e Norte do Rio Amazonas;
b)
A Companhia de Jesus: missões dos Rios
Tocantins, Xingu, Tapajós e Madeira;
c)
Os Franciscanos: missões da Piedade e
do Baixo Amazonas, tendo como centro Gurupá;
d)
Os Mercedários: missões do Urubu,
Anibá, Uatumã e trechos do Baixo Amazonas;
e)
Os Carmelitas: com as dos Rios
Negro, Branco e Solimões.
A
partir desta organização o trabalho das ordens religiosas ficou mais
sistemático para o povoamento e evangelização. Os religiosos espalharam-se por
milhares de quilômetros pelo vale amazônico.
De muitos desses aldeamentos e missões religiosas, principalmente jesuíticas, surgiram dezenas de povoados. Especificamente na Região do Solimões as missões ou aldeias fundadas pelos jesuítas foram Coari, Tefé, Fonte Boa, Evirateua, São Paulo de Olivença e Javari.[1] Começava neste período a organização política e social de Coari, de como ficaria situada geográfica e politicamente no Estado do Amazonas, ainda que esta organização estivesse sendo de forma muito primitiva.
[1] REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MINAS
GERAIS. Por Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Instituto Histórico e
Geográfico de Minas. Publicado 1961
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