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A CONSOLIDAÇÃO HISTÓRICA DA REGIÃO DE COARI


Havia grande dificuldade gerada pela competição entre os colonos e as ordens religiosas pelo "direito de administrar o indígena", ao mesmo tempo em que os nativos eram utilizados como mão-de-obra eram vistos também como fiéis a serem catequizados, assim o trabalho religioso foi se intensificando nos anos finais do século XVII, pois as missões religiosas cobriam grande parte do espaço que viria a constituir a atual região da Amazônia brasileira.

As cartas régias estabeleceram áreas de atuação das ordens religiosas para delimitar a quem na Europa pertencia às regiões do Solimões e do restante do Vale Amazônico, assim a disputa pelo domínio da região pelas ordens religiosas, ficaria de certo modo organizada com o estabelecimento dos seguintes limites:

a)    Os Franciscanos de Santo Antônio: missões do Cabo do Norte, Marajó e Norte do Rio Amazonas;

b)    A Companhia de Jesus: missões dos Rios Tocantins, Xingu, Tapajós e Madeira;

c)    Os Franciscanos: missões da Piedade e do Baixo Amazonas, tendo como centro Gurupá;

d)    Os Mercedários: missões do Urubu, Anibá, Uatumã e trechos do Baixo Amazonas;

e)    Os Carmelitas: com as dos Rios Negro, Branco e Solimões.

A partir desta organização o trabalho das ordens religiosas ficou mais sistemático para o povoamento e evangelização. Os religiosos espalharam-se por milhares de quilômetros pelo vale amazônico. Os portugueses conquistaram definitivamente o Solimões entre 1709 e 1710, entrando em conflito com os espanhóis, expulsando-os e tomando posse das aldeias jesuíticas espanholas fundadas pelo padre Samuel Fritz. 

De muitos desses aldeamentos e missões religiosas, principalmente jesuíticas, surgiram dezenas de povoados. Especificamente na Região do Solimões as missões ou aldeias fundadas pelos jesuítas foram Coari, Tefé, Fonte Boa, Evirateua, São Paulo de Olivença e Javari.[1] Começava neste período a organização política e social de Coari, de como ficaria situada geográfica e politicamente no Estado do Amazonas, ainda que esta organização estivesse sendo de forma muito primitiva.



[1] REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MINAS GERAIS. Por Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Instituto Histórico e Geográfico de Minas. Publicado 1961

 



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